domingo, 11 de setembro de 2011

Soneto de fidelidade




De tudo ao meu amor serie atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmoo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de escapalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim , quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que  tive);
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Morraes.

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